quinta-feira, 8 de julho de 2010

Eclipse - 22/06/2010

Borboleta azul,
Que voa na tarde singela!
Que voa sem norte, nem sul!
Que voa sobre delicada camélia...

Em rósea cor,
Camélia!...Ser viva...
Ser viva, borboleta em flor!
E sobre a camélia voar rediviva...

Em finda tarde,
Voeja à sombra fina...
Voeja borboleta, saudades!
Da camélia que o sol descortina...

Um suave adejar!
Volita tão bela camélia...
Volita borboleta, riscado ar!
Em tudo o que me recordo dela...

Na flor de agora,
Ser a camélia, a vida...
A vida!...Borboleta, à hora!
Imersa na água d’uma clepsidra...

À tarde serena!
Serena, borboleta ficou!
Ficou - camélia -, pequena!
Na vermelha cor que se eclipsou...

(P.O.Velásquez)

terça-feira, 20 de abril de 2010

E Queria Ser o Sol - 16/04/2010

E adormeces lânguida, no sofá...
E quem te há de ver toda desperta?!
Se toda a vontade que me dá!
É ser o sol que te acaricia pela fresta...

Figura intangível!...Deitada...
Arfando os seios!...Tão pequeninos...
As longas pernas, enlaçadas!
Pelo rubor do tafetá vermelho-vinho!

E resvala pelo ombro; rubro vestido!
E resvalando, vívido carmim!
Deixa à mostra um seio intumescido...

Pela fresta da saudade, o sol o afaga...
E inda o cinge túmido assim!
Na lembrança em que tanto se apaga...

(P.O.Vesláquez)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Minha Filhinha - 25/07/2005

No jardim onde sempre brincava,
Eu me lembro da minha filhinha correndo...
Fazendo coisas que tanto gostava...
Eu lembro, e de saudades vou morrendo...

Seguem monótonas, as horas!...E os dias!
Vão-se me as lembranças, por fim...
Tristonhas!...Tão mortas... Fugidias!
Eternas recordações em nanquim...

Tão bela!...E linda!...Era a minha filhinha...
E muito, e sempre, comigo vivia!
Uma lembrança, que agora é só minha...

E veio a morte!...E de mim não se apiedou!
E numa noite calma... Tão fria...
Alçou-a nos braços; e num abraço a levou...

(P.O.Velásquez)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

As Rosas Que Te Ofereço - 01/12/2009

E te ofereço essas rosas!
Do fundo da alma, colhidas!
Rosas silenciosas!
E eternamente, sofridas...

E do pensamento, rosas!

Rosas nas cores dos vinhos!
Rosas tão dolorosas...
Rosas com sevos espinhos!

Vim te oferecer essas rosas!
Tão vermelho buquê!
De rosas tão angustiosas...

E são-me, as rosas, doridas!
Do coração, o sofrer!
Onde bem foram colhidas...

(® P.O.Velásquez)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Aquela Noite... - 15/07/2007

Aquela noite,
Eu lembro ainda!
Todos dormiam...

Teus seios pequenos,
Rosados!...Intumescidos!
Teus longos cabelos
Quase escondiam...

Teu corpo ardente!
Tão lindo!...Tão belo!
Inocente ainda!
Palpitava suave,
Tão cheio de vida!

Em lábios suaves,
Tua boca sorria...
Sonhavas mil beijos,
Talvez,
Quem o saberia?!

Ressonavas tranquila...
Dir-se-ia,
que naquele momento,
Era um anjo que dormia...

(® P.O.Velásquez)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Se Volvesse o Tempo... - 11/12/2009

Quem dera voltar o tempo!
Voltar tudo, sem agora!
Voltar, só por um momento!
Àquela fatídica hora...

Tê-la nos braços, outra vez!
E seu frio corpo, abraçar...
e admirar, em tão lívida tez!
Toda a palidez do luar...

Nos seus lábios, inda deixar,
Como último adeus!
Um beijo descerrado do mar...

E tudo, além, só restou palor...
E era meu, e era seu!
O fadário de tão lívida dor...

(P.O.Velásquez)